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domingo, 9 de março de 2014

Olhos e Olhares


Foi pelos olhos que me apaixonei perdidamente,
Foi pelo olhar que vi minha alma na sua como um único sopro divino,
O piscar de cada flash de olhar,
O piscar leve de seus lindos olhos ,
A cada piscar me via em você,
A cada piscar te via em mim,
Emaranhados nas teias que tecem os deuses da vida,
No tear ruidoso da senhora,
No tear da velha ama que conta suas histórias de outros tempos,
Outras preces, outros cantos, outros momentos e encantos.
Páginas escritas de um livro que jamais será lido,
Conto que a velha nunca contará,
História de uma bruxa que ousou tocar o céu e as estrelas,
Aquela que mergulhou no profundo olhar,
Senhora de uma canção que o tempo leva,
E que nunca poderá levar,
A voz que se mistura aos uivos da floresta densa,
O canto que entrelaça ao sussurro das árvores  que pede a mãe em voz tremula e tensa:
Só mais um dia, só mais uma hora, só mais um momento, só mais uma história....

Luna Araujo




Com o que você rima?



E eu que achava que a unica que não rimava era eu,
Todas com suas melodias escolhidas combinando com seu teor, 
Tantas caixinhas de músicas com suas bailarinas e eu nem sapatilhas tinha,
Outras com suas belas e coloridas asinhas e eu sem poder sair se quer do chão,
Algumas com seus belos vestidos e suas coroas brilhantes e eu com essas vestes simples e descalça, Olhando pra mim vi que não combinava, ser princesa, fadinha ou bailarina,
 Era eu uma menina que jamais rimaria?
 Dai olhei pra lua e ela me disse:
 - Olhe-se bem mocinha e descubra seu elemental ora puxa! 
Olhando pra lua entendi que eu nasci para ser bruxa.

Luna Araujo

     

sexta-feira, 7 de março de 2014

Me Ver


Fecho os olhos para poder me ver,
Sim me ver,
Me ver em nosso mundo de arco-iris pintados com a coleção de cores mais especial que os anjos poderiam nos ofertar.
Me ver em verso,
Me ver de perto sem me culpar,
Me ver aqui e assim,
Me ver em seus olhos sorrindo para mim,
Me ver tagarela a contar histórias de aventuras,
Me ver dançando nua,
Me ver tomando café ou escrevendo minhas rimas,
Me ver descalça, descabelada e sendo sua,
Me ver em e êxtase,
Me ver pura,
Me ver em você enquanto está em mim,
Fecho os olhos para me ver,
Sim me ver,
Me ver assim...


Luna Araujo

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Notas imprecisas



Quando ar ficou rarefeito, pude notar nas notas tocadas imprecisas pelas mãos tremidas do harpista a nossa canção.
Cantada a muitos entendida apenas por nós dois...
Pobre homem, entoava a melodia onde o meu e o seu nome se entrelaçam e se perdem num choroso lamurio de notas em dó...
Tudo proposital e bem medido, separados por mesas postas como num jogo de xadrez, 
onde os peões avançam e a rainha é protegida.
Não sei se é o vinho, a música ou o perfume bandido no ambiente, 
mas ousaria neste momento ir até você !
Faço menção, mas a melodia termina e o pobre diabo canta agora outra canção.
Fatos e acasos de um relógio de ponteiro atrasado, 
talvez não hoje, não agora, mas mesmo um relógio parado está certo de vez quando
e vinho,  música e o perfume pode se encontrar outra vez.
Num xeque mate ou no reposicionamento das mesas deste maldito bar da vida...


Luna Araujo

sábado, 30 de novembro de 2013

Onde dorme o lobo


Lá onde dorme o lobo, caminhei cautelosa...
Passo a passo, 
Senti medo não nego,
Senti um arrepio...
Lá onde dorme o lobo, eu quis ir, quis toca-lo...
Passo a passo, 
Pé ante pé,
Coragem me faltava...
O cheiro do lobo me enebriava, 
Transformava o medo em conquista,  
Lá onde dorme o lobo, me ajoelhei...
Nossos olhares se encontraram,
E eu o entendia,
Ele me entendia,
Então pude toca-lo, e beija-lo...

Luna Araujo


domingo, 24 de novembro de 2013

Inesperado

Sem pensar na razão, foi nesse sublime momento que ela se atirou do penhasco para os braços do inesperado, mergulhando no profundo no lago escuro das possibilidades, deixou-se molhar e foi levada pela correnteza.
O corpo leve e a alma que embriagada pela magia do ato corajoso e furtivo jogou-a nos braços da vida de outrora.
Sim ela estava revigorada, e como agradecimento apenas sorriu de todo coração.

Luna Araujo


sábado, 23 de novembro de 2013

Saudade e solidão





Ele resolveu que partiria,
E eu resolvi não chorar,
Deixei-o ir,
Sem nenhuma lágrima derramar,
Ele achou que eu não o amava,
Eu achei que ele não me queria,
Palavras não ditas,
Sentimentos numa garrafa de tequila barata,
Nosso bosque hoje não tem ninguém,
Mora a saudade de outrora,
Do tempo que os olhos entendiam a alma,
Antes a luz iluminava o Amor e a Paixão,
E agora o poste ilumina a Saudade e a Solidão...

Luna Araujo


Pensamentos invertidos




Pensamentos invertidos...
Um copo cheio pra mim !
Berrei para o garçom com cara amarrada que já saia apressado com os pedidos simplórios das mesas ao meu redor.
Ele voltava e me encarava agora, com o olhar furtivo de quem entendera meu pedido, a passos imprecisos se aproximou e com a voz mais serviçal que possuía me disse:
- O que desejas ?
- Se bem me lembro, falei alto e por cima de todo este falatório de conversas sem sentidos que nos rodeiam.
Pensamentos invertidos meu caro, num copo cheio até a borda para que eu possa enfim calar os berros de minha alma paranoica !

Luna Araujo



sábado, 16 de novembro de 2013

Venha me querer


O sussurrar dos seus versos no hálito quente pousando em minha nuca me deixando a ermo de mim mesma, provocando em minhas coxas todo o tremer do meu corpo.
Sim, eu ouço sua voz e minha pele se arrepia, sei o que está por vir, sei o que fará comigo.
Desnudo de todo meu pudor barato que a sociedade impõe taxativa e abstrata, eu te quero....
Neste momento sou apenas eu, sem bagagem, sem história, sem nada, uma adolescente que agarra cravando as unhas neste momento sublime, puro e casto.
Venha me querer, venha...
Seu toque abraçando meu corpo com serenidade e firmeza me dá o equilíbrio que preciso, não somos mais dois e sim apenas um...


Luna Araujo

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Feitiço


Olhai dentro dos meus olhos,
O corvo que pia doce é o prelúdio da fantasia,
Mares de poesia,
Poções e rimas,
Fumaça que transpassa,
O pó de fada,
Enamorado meu,
O feitiço és lançado,
Resistir lhe é oferecido,
Sucumbir a mim porém será um fato...

Luna Araujo


domingo, 10 de novembro de 2013

Sentido Ilusório


Quando alguém te rouba de você mesma,
a essência deste invade sua alma e você se vê rendida, 
completamente e involuntariamente rendida... 
Sentidos ilusórios de uma metonímia radical e delicada,
O que antes não se via, faz sentido agora!
Completa todas as frases inacabadas que tomava horas e horas a decifrar antes de dormir. 
Sim, a uva do vinho que antes você só sentia o álcool, 
o chocolate amargo depois de uma refeição que antes apenas sobremesa, 
agora perfeição de equilíbrio de sabor...
A chuva irritante que caia, hoje se vê necessária e linda.
Loucura tudo isso não faz sentido algum você vai me dizer.
Eu até entendo...
Mas o que posso fazer para lhe convencer é não te convencer. 
Apenas te segredar algo: 
APAIXONE-SE... 
Depois releia...,
Acenda seu cigarro, beba seu vinho, coma seu chocolate amargo diante da chuva que cai lá fora, esplendorosamente...   

Luna Araujo


Metade


Errado daquele que acha que sou metade,   
Que posso ser verso sem prosa,   
Canto sem melodia,   
Minha alma não é algo que se possa lapidar,   
Sou diamante bruto,   
Pedra que se acha pelo chão,   
Vim nua e crua para esse mundo onde os mortais acham que respostas prontas fazem mais sentido do que Shakespeare...   
Ah não, não faz !   
Sou amor e fel num único gole,   
Veneno e cura num comprido colorido...   
Sou a essência do delírio,   
Sou a paz após a guerra,   
Sou anjo e fera,   
O sol e a lua,   
Sou elo e ela.

Luna Araujo

Para ouvir: