terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Notas imprecisas



Quando ar ficou rarefeito, pude notar nas notas tocadas imprecisas pelas mãos tremidas do harpista a nossa canção.
Cantada a muitos entendida apenas por nós dois...
Pobre homem, entoava a melodia onde o meu e o seu nome se entrelaçam e se perdem num choroso lamurio de notas em dó...
Tudo proposital e bem medido, separados por mesas postas como num jogo de xadrez, 
onde os peões avançam e a rainha é protegida.
Não sei se é o vinho, a música ou o perfume bandido no ambiente, 
mas ousaria neste momento ir até você !
Faço menção, mas a melodia termina e o pobre diabo canta agora outra canção.
Fatos e acasos de um relógio de ponteiro atrasado, 
talvez não hoje, não agora, mas mesmo um relógio parado está certo de vez quando
e vinho,  música e o perfume pode se encontrar outra vez.
Num xeque mate ou no reposicionamento das mesas deste maldito bar da vida...


Luna Araujo

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