sábado, 30 de novembro de 2013

Onde dorme o lobo


Lá onde dorme o lobo, caminhei cautelosa...
Passo a passo, 
Senti medo não nego,
Senti um arrepio...
Lá onde dorme o lobo, eu quis ir, quis toca-lo...
Passo a passo, 
Pé ante pé,
Coragem me faltava...
O cheiro do lobo me enebriava, 
Transformava o medo em conquista,  
Lá onde dorme o lobo, me ajoelhei...
Nossos olhares se encontraram,
E eu o entendia,
Ele me entendia,
Então pude toca-lo, e beija-lo...

Luna Araujo


domingo, 24 de novembro de 2013

Tequila


A poética sem fonética, do ardor adorador.
Do tal trono te entono, feios versos encantador.
Das torturas intra-venenosa aplicadas com amor.
Nada vale o preço pago por este estágio enlouquecedor.
Trago agora a realidade da fuga desesperada,
Foi o auge da música na vitrola meio quebrada.
Que deixou minha mente vagamente perturbada.
E a tequila quente que bebi de madrugada. 

Luna Araujo



Inesperado

Sem pensar na razão, foi nesse sublime momento que ela se atirou do penhasco para os braços do inesperado, mergulhando no profundo no lago escuro das possibilidades, deixou-se molhar e foi levada pela correnteza.
O corpo leve e a alma que embriagada pela magia do ato corajoso e furtivo jogou-a nos braços da vida de outrora.
Sim ela estava revigorada, e como agradecimento apenas sorriu de todo coração.

Luna Araujo


Pétalas


A poesia que magnifica, constrói e destrói rimas, em absoluto ou parte dela.
Apenas para transparecer a alma gasta de uma flor nos castelos da vida, sorrindo para o sol mas aguardando a chuva.
E de guarda-chuva, pois mesmo desejando tem medo da água pura molhando seu corpo e tendo tudo o que sempre queria !
Abra agora suas pétalas e veja não há busca, apenas uma decisão a tomar você quer ou não se molhar ?

Luna Araujo

sábado, 23 de novembro de 2013

Saudade e solidão





Ele resolveu que partiria,
E eu resolvi não chorar,
Deixei-o ir,
Sem nenhuma lágrima derramar,
Ele achou que eu não o amava,
Eu achei que ele não me queria,
Palavras não ditas,
Sentimentos numa garrafa de tequila barata,
Nosso bosque hoje não tem ninguém,
Mora a saudade de outrora,
Do tempo que os olhos entendiam a alma,
Antes a luz iluminava o Amor e a Paixão,
E agora o poste ilumina a Saudade e a Solidão...

Luna Araujo


Pensamentos invertidos




Pensamentos invertidos...
Um copo cheio pra mim !
Berrei para o garçom com cara amarrada que já saia apressado com os pedidos simplórios das mesas ao meu redor.
Ele voltava e me encarava agora, com o olhar furtivo de quem entendera meu pedido, a passos imprecisos se aproximou e com a voz mais serviçal que possuía me disse:
- O que desejas ?
- Se bem me lembro, falei alto e por cima de todo este falatório de conversas sem sentidos que nos rodeiam.
Pensamentos invertidos meu caro, num copo cheio até a borda para que eu possa enfim calar os berros de minha alma paranoica !

Luna Araujo



sábado, 16 de novembro de 2013

Venha me querer


O sussurrar dos seus versos no hálito quente pousando em minha nuca me deixando a ermo de mim mesma, provocando em minhas coxas todo o tremer do meu corpo.
Sim, eu ouço sua voz e minha pele se arrepia, sei o que está por vir, sei o que fará comigo.
Desnudo de todo meu pudor barato que a sociedade impõe taxativa e abstrata, eu te quero....
Neste momento sou apenas eu, sem bagagem, sem história, sem nada, uma adolescente que agarra cravando as unhas neste momento sublime, puro e casto.
Venha me querer, venha...
Seu toque abraçando meu corpo com serenidade e firmeza me dá o equilíbrio que preciso, não somos mais dois e sim apenas um...


Luna Araujo

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Feitiço


Olhai dentro dos meus olhos,
O corvo que pia doce é o prelúdio da fantasia,
Mares de poesia,
Poções e rimas,
Fumaça que transpassa,
O pó de fada,
Enamorado meu,
O feitiço és lançado,
Resistir lhe é oferecido,
Sucumbir a mim porém será um fato...

Luna Araujo


domingo, 10 de novembro de 2013

Sentido Ilusório


Quando alguém te rouba de você mesma,
a essência deste invade sua alma e você se vê rendida, 
completamente e involuntariamente rendida... 
Sentidos ilusórios de uma metonímia radical e delicada,
O que antes não se via, faz sentido agora!
Completa todas as frases inacabadas que tomava horas e horas a decifrar antes de dormir. 
Sim, a uva do vinho que antes você só sentia o álcool, 
o chocolate amargo depois de uma refeição que antes apenas sobremesa, 
agora perfeição de equilíbrio de sabor...
A chuva irritante que caia, hoje se vê necessária e linda.
Loucura tudo isso não faz sentido algum você vai me dizer.
Eu até entendo...
Mas o que posso fazer para lhe convencer é não te convencer. 
Apenas te segredar algo: 
APAIXONE-SE... 
Depois releia...,
Acenda seu cigarro, beba seu vinho, coma seu chocolate amargo diante da chuva que cai lá fora, esplendorosamente...   

Luna Araujo


Metade


Errado daquele que acha que sou metade,   
Que posso ser verso sem prosa,   
Canto sem melodia,   
Minha alma não é algo que se possa lapidar,   
Sou diamante bruto,   
Pedra que se acha pelo chão,   
Vim nua e crua para esse mundo onde os mortais acham que respostas prontas fazem mais sentido do que Shakespeare...   
Ah não, não faz !   
Sou amor e fel num único gole,   
Veneno e cura num comprido colorido...   
Sou a essência do delírio,   
Sou a paz após a guerra,   
Sou anjo e fera,   
O sol e a lua,   
Sou elo e ela.

Luna Araujo

Para ouvir: